Essa nostalgia do debut, me veio ao ser convidada para o aniversário de 15 anos de Camila e Gabriela, irmãs gêmeas que festejaram sua entrada no "mundo adulto" de forma muito tradicional.
A festa, organizada com o mais fino primor, tinha ares de antigo aliado ao contemporâneo, castelo com ares de boate, Dj com jeito de orquestra, globo de luz lembrando lustres raríssimos.
Em um dado momento, a música foi silenciada e a mestre de cerimônia fez a leitura de um texto que exprimia exatamente o que era completar 15 anos. E então, nobres cadetes e suas quinze damas entraram pelo salão lindamente decorado e tracejado por um tapete vermelho. Ajoelhados, os cadetes viram o desfile das aniversariantes e logo após, as donas da festa passaram por um corredor formado por espadas que se cruzavam, como a batiza-las para a entrada de um novo mundo.
Ao decorrer da cerimônia, o laço de fita foi trocado pela tiara de brilhantes, o vestido de babados, trocado pela roupa de gala, a sandália infantil, trocada pelo salto alto e finalmente, a boneca trocada pela maquiagem.
Exatamente ali, lembrei do ano em que debutei. Não houve festa, valsa, cerimônia. Confesso que o tempo passou e de repente eu já estava completando 15 anos. Era uma adolescente que por obrigação, cresceu antes do tempo. Tive que encarar a realidade bem antes da cinderela aparecer.