Diamantes da vida




Ele chega de mansinho, sem fazer muito alarde
Seus olhos refletem a alma infantil
Confiante, cúmplice, leal
É brisa a refescar os dias tristes
É perfume a pairar nas horas amargas
É a palavra quando todos se calam
Ele é silêncio que compreende
É tesouro de valor inestimável
É a risada das bobagens
O ouvido nos dias caóticos
Ele é "O" abraço
É poesia
É quem jamais desanima
É aquele que está, quando todos somem
Seu nome, pode ser qualquer um
Mas a este ser, eu o chamo de AMIGO!

Indagações

Dezessete horas. O expediente termina. Dá os últimos telefonemas e adia o que poderia fazer hoje, para a manhã seguinte, pois sua cabeça não aguenta mais pensar. Dentre as ligações, uma é para a amiga pedindo o refúgio de seus ouvidos. Segue para o lugar combinado e trocam confidências, cada uma, com seus dramas íntimos. Depois de lágrimas e sorrisos, a amiga lhe oferece um café e ela aceita, na esperança de aquecer a alma.
Após as últimas impressões, prepara-se para voltar à sua casa. Olha o relógio e percebe o adiantado da hora. São 22:30. A confidente insiste para a amiga ficar, mas ela prefere refugiar-se dentro de sua casa. Ao sair na rua deserta, o frio a toma de chofre, sente arrepios a correr-lhe todo o corpo. A chuva e o vento, a faz lembrar das noites londrinas, que lera nos romances policiais de sua autora preferida.
Finalmente chega em casa. Rega os vasos de plantas, agora meio murchas pelo seu descuido. Como se esquecesse do frio absurdo, pega a toalha e segue roboticamente para o banheiro, tira a roupa apressada sem querer dar atenção aos pensamentos que lhe vêem a mente. Abre o chuveiro e a sensação térmica da água a faz acordar para a realidade presente. Usa seu sabonete preferido que deixa em seu corpo um perfume suave de banho e limpeza.
Ao vestir-se, deita-se no sofá, divã de suas angústias e tenta ler um livro de poesias, mas não consegue concentrar os pensamentos, então começa a relembrar...
Há algum tempo, entregara a ele um pedaço de papel com um endereço eletrônico. Empolgada com o fato de escrever, queria compartilhar a alegria encontrada na escrita, com o maior número de pessoas possíveis.
Com um leve sorriso, recordara da gentileza dele ao aceitar o pequeno papel e comentar sobre os textos que ela escrevera naquele endereço. E assim foi nascendo uma amizade com trocas de palavras gentis e gestos velados de interesse mútuo.
Assim transcorreu o tempo e numa tarde, ele roubara-lhe um beijo. Suas reminiscências chegaram nos sonhos acalentados por ele... Lar, família, filhos... Tudo o que sua alma tinha de mais caro ele embalou em suas promessas. Porém, algo existia que os impedia de tantas realizações e intuitivamente, ela esperava pelo triste desfecho.
E na penumbra da sala, relembrava todos os pormenores vividos e interrogações lhe vinham à mente. Que queria ele afinal? Porque tantas promessas se sabia que não as cumpririam? Uma lágrima solitária escorre por sua face. Ela não tem respostas. Confusa e ainda sob o peso de suas interrogações, prepara-se para dormir e não consegue conciliar o sono. O livro de poesias agora esquecido, é o único expectador daquela cena.
Finalmente o cansaço a vence e na escuridão da casa, afunda suas angústias, os olhos pesam e ela adormece.

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As vezes uma brisa, as vezes um livro, as vezes uma música, as vezes um sorriso, as vezes uma lágrima, as vezes tudo, as vezes nada e sempre uma contradição.