O real sentido das coisas

Quando fazia terapia (porque todo mundo tem um pouco de médico e louco), a psicóloga que ouvia os conflitos de minha alma, me presenteou com um livro e confesso que não dei tanta importância. O título era lindo, sugestivo e li sem prestar muita atenção ao conteúdo.
Ontem a tarde, em mais um domingo com a TV me fazendo companhia, peguei o livro que já estava meio jogado e li um capítulo qualquer. Embora o capítulo tenha sido escolhido a esmo, creio que não se tratava de qualquer assunto pois versava sobre a saúde, o amor e a família.
Ao ler cada linha escrita com fortes cargas de reflexão, me vi ou melhor, deixei de me ver em muitos pontos. Na relação pais e filhos, há componentes que a biologia não consegue atingir. O componente subjetivo das relações humanas que fazem da família a célula mater da sociedade é o amor. Não falo o amor pieguismo, sentimentalista, mas o amor companheiro, disciplinador, claro e plácido que norteia a vida das pessoas felizes.
Em um dos trechos, o autor comentava a relevância da figura masculina na educação dos filhos e a importância dessa figura em atos carinhosos como abraçar, beijar, afagar, conversar com seus filhos, conhecendo-os na intimidade da alma. No meio da leitura as lágrimas teimaram em cair e eu não compreendia muito bem a minha atitude.
Passei a me fazer inúmeras perguntas e cheguei a conclusão de que não é o fato de ser filha de pais separados que me incomoda. O que dói mesmo, é saber que meu pai só foi paternal comigo enquanto eu era uma criança, como se adultos não precisassem dos carinhos paternos. No momento em que lia, acabei recordando de dois amigos meus que apesar de não conviverem com seus filhos sob o mesmo teto, são presentes na vida deles.
Não aguentei mais aquela leitura que me maltratava e ao mesmo tempo me dizia tantas verdades. Fechei o livro, apaguei as luzes de casa e desejei ouvir uma voz paternal e não precisava ser a do meu pai, mas que fosse algo amoroso e acalentador.
Adormeci e acordei ainda com vontade de ouvir tal voz
Acho que amanhã ainda vou querer ouvir essa voz
Penso que todos os dias, gostaria de ouvia essa amorosa voz.






*O livro ao qual me referi nesse post, se intitula: Quem ama não adoece, escrito pelo cardiologista Dr. Marco Aurélio Dias da Silva.

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As vezes uma brisa, as vezes um livro, as vezes uma música, as vezes um sorriso, as vezes uma lágrima, as vezes tudo, as vezes nada e sempre uma contradição.