Mala Nike

Sou uma pessoa que vive no mundo de lá pra cá e de cá pra lá. Moro no interior, estudo na capital e viajo todos os dias para a faculdade, voltando a meia noite para casa e no outro dia, enfrento o trabalho que sustenta minha casa e fornece meu pão. Com essa correria, eu ando sempre na minha bolsa quase mala, com um kit banho composto de produtos de higiene. É claro, que com o salário que ganho, não dá para comprar bolsa de marca, mas surgiu na minha vida por um breve momento, uma mala nike.
Toda pessoa que tem um casal de amigos, diga-se de passagem um casal apaixonado, é "vítima" da operação desencalha. Uma amiga, vendo minha solidão amorosa, resolveu com seu ilustre namorado, encontrar minha cara-metade. Eu achei ótimo, porque sendo eles meus amigos, a chance de atirar no escuro é pequena e claro, me valendo da amizade, sei que eles só irão me encaminhar para pessoas muito legais.
Pois bem. Em uma conversa dentro do ônibus da faculdade, minha amiga dissertou sobre as qualidades do pretendente e prometeu enviar-me uma foto. Quando vi no meu e-mail o rosto do candidato, topei conhecê-lo pessoalmente o que aconteceu uns três dias após o recebimento da imagem do moço.
Fomos para uma churrascaria, conversamos, rimos e o namorado de Samara, perguntou o que eu tinha achado do dito cujo e eu respondi que estava meio assim. Mas como brasileiro não desiste nunca, fomos para praia receber a brisa marítima. Chegando no local indicado, o casal de amigos foi se retirando de mansinho e fiquei a sós com o mancebo.
Conversamos muito, ri outro bocado e beijo que é bom, nada. O tempo passou e eu percebi que a cada frase que ele dizia, encostava mais perto de mim até ficar bem juntinho. Como eu sou uma pessoa que não bebe uma única gota de álcool, e o rapaz sabia desta informação, utilizou deste artefato para o primeiro beijo. "Você não bebe, mas não quer sentir o sabor da cerveja?" Eu imaginei: "Trevas, esse foi o papo para o primeiro beijo?" Se você me perguntar se eu beijei, respondo que sim. Beijei para não perder o amigo. Mas não passou disso. Foram beijos, beijos, beijos e... beijos. Em um momento, no meio da conversa, para distrair um pouco eu dei uma risada e o chamei de mala e como um raio ele me respondeu: "Espero que eu seja a sua mala nike." Naquela hora não sabia se ria ou se corria. E tive a plena convicção de que homens que ficam há muito tempo solteiros não é por opção, é falta de ação mesmo.
É bem verdade que nunca tive uma bolsa Louis Vuitton, Channel, D&G, Prada ou artefatos esportivos de multinacionais. Mas nunca na história deste país, alguém dispensou tão fácil uma mala nike.

2 comentários:

Anônimo 11 de novembro de 2010 às 00:41  

KKKKKKKKK!!!
Essa foi boaaaaa.....
só podia ser a Débora Guedes....♥

Marcela 12 de novembro de 2010 às 11:11  

Trevas mesmooooooo...por Nossa Senhora e as almas kkkkkkkk

Resenhaaaaaaaa
Bjsssssss

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As vezes uma brisa, as vezes um livro, as vezes uma música, as vezes um sorriso, as vezes uma lágrima, as vezes tudo, as vezes nada e sempre uma contradição.